O dia se estendia sem permissão...
Com todos os seus sons e iluminações!
Com todas as suas sombras ambíguas,
em diferentes e estranhos horizontes imbuídos de perfeição.
Se sossega e se inquieta em mistérios e alucinações!
O dia, principal protagonista de um jogo de acasos,
que culmina em uma hora dourada! (luz muito suave e tons quentes)
Numa consciência do meu ser no sentir a acontecer.
O espaço e o tempo se tocam como magia calculada.
É a natureza que se aquieta, se mostra, em segundos a permanecer...
Mas é só o começo de todos os princípios do universo,
de interrupções, de intervalos feitos em ritmo certo e incerto!
As nuvens não se escusam em seu movimento disforme...
Primeiros sinais de mudança de trajecto da chuva, do vento!
Que tornam o dia frio, ou quente, baço, brilhante ou cinzento.
São destinos diversos e únicos que o dia contém.
Se o sol nasce visível num horizonte azul limpo!
E perdura até ao leve entardecer...
Oportunamente capto e guardo dois momentos de seu vai e vem
A primeira hora e certo efeito de luz e a última hora de sol a desvanecer fogoso e lindo!
O dia, um palco comum, pois se guarda em ser infinito...
Em seu estudo descubro que é desigual e tão descontinuo!
É sua metáfora, a vida, que se insinua e se expôe,
em diversos instantes irrepetíveis move-se e se decompõe...
Dá-me sempre o senso de um qualquer caminho profícuo!
Deixei-me guiar pelos seus sons naturais...
De partidas e regessos, de desordem e ordem!
No assibio do vento que mostra seu manifesto,
Que faz levitar a leveza das coisas materiais...
E no seu som silencioso que mitiga inspiração e caos aceso!
Rosamar Freedom