Uma muito breve reflexão sobre a escrita autobiográfica
A vida da mente está intrinsecamente ligada à memória, mas não só, ao desejo forte de ser em pleno de sua vontade. Não é um mundo falso, ou de ilusão, é uma "vida à parte" do mundo exterior! É uma vida centrada, não nos acontecimentos de sua vida, mas sim no interior do sujeito.
No campo da linguagem poética autobiográfica, não há uma importância cronológica de situar os factos externos no tempo, mas sim uma busca incessante de tentar explicar os seus sentimentos mais profundos. É como se assistisse a uma luta permanente e sem tréguas dentro do seu íntimo em que por esse meio simultâneamente vai restaurando o seu ser individual. Um mundo em que a sua possibilidade de apartir das contradições, ambiguidades, incertezas, se recriar fica sempre ilesa, intrincada num processo infinito de liberdade para reconstruir o seu "eu".
A escrita autobigráfica imbuída de uma grande complexidade caracteristica do interior humano só se poderá aproximar da verdade se não for apresentada como uma verdade absoluta. Enquanto ser vivo, sinto e penso intensamente de forma infindável e infinita.
Rosamar Freedom