As faces simultâneas ou a folha sem margens
Das palavras que se estendem nas margens
Acabo e iniciar a escrevinhar
Como quem desenrola um novelo
mas não um trivial, banal, mas desigual...
Encantamento de reparos que revelo,
Intrincados em mostrar as várias faces até ao final
Como um deserto que se vai transformando,
num lugar muito diferente da aridez
Combinando espaço com diversidade
mas que atordoado se consome com rapidez!
Numa amplitude de sons, dimensões, transições e habilidade.
Dou-lhe vida, liberdade que respira e se inspira
Deixa de ser preso ao pensamento abstracto.
E de forma indelével se mostra em esplendor!
Da mente para a horizontalidade do labor,
que são as letras na sua arte divina.
Mas estas não são quietas nas linhas da folha!
São modos pensantes a percorrer caminhos difíceis.
Que se mexem de vontade inquietante,
ensinando-me a compreender o percurso por diante.
Não são adquiridas, são destinos, sentem-se como chuva que molha!
Não são póstumas para algo definitivo e acabado
são dinâmicas em voltas e revoltas que murmuram
a sua ligeireza, destreza e riqueza de sentido,
olham-se, revêm-se adaptam-se e mudam
Revelando-se por avaliações num espaço aberto e fechado!
Desdobram-se assim por uma clara intenção
nas entrelinhas da compreensão e do saber
ora imbuídas de originalidade na oração
ora num retorno de ser crescimento e poder!
Em adornos em que a alma se apreende, se conhece e se liberta.
Essas palavras que são como pequenos mitos!
Trazem uma simbologia espiritual tão, tão perene...
São simbolos naturais e universais que se movem livremente
São água que brota da fonte para renovação espiritual e sol quente
que origina a vida, são estrelas de orientação nos caminhos!
Rosamar Freedom