Um mundo de papel ( o discorrer da tinta )
Se umas gotinhas de água podem ser um arco-íris em colosso
O seu som a bater nas janelas em alvoroço
poderá se origem de belas melodias.
E nessa inspiração voa a alma nas manhãs ainda frias!
Janela aberta para um coração triste
Que se alegra num repentino clarear...
Das sólidas e sóbrias palavras em riste,
que povoam e saltitam no papel de seda a brilhar!
Se os anjos existem, eles filmam as almas.
E na sua bondade infinita as guiam bem!
Mas, e se as árvores não me dessem as superfícies claras?
Para nelas escrever o sentir do amor que escondes e calas!
Imaginação, repouso da alma, ou tempo de reflexão,
tudo cabe em letra curva ou redonda, em claro ou escuro,
nesses rectângulos perfeitos do homem e sua invenção
Em sua idealização, cabe o passado, o presente e sempre o futuro!
Silêncios que emergem de vigor e coragem.
Tradutores heróicos de os ardis da alma em alegorias,
que se multiplicam, sem os limites que constrangem
e criam mundos gigantes de entendimento, amor e alegrias!
Permanente passagem para o bem e para o mal, em linhas e letras...
Tudo cabe numa folha de papel branco literária.
O medo, a coragem, o ódio e o amor, a bondade e a tirania.
A esperança, a bonança, a guerra, a paz e todas as palavras mestras!
Rosamar Freedom