A revolta da alteridade
Cravado no meu pobre coração
Esse desarmante sentimento
De ser eu ou talvez não
que me clama como um lamento
o conhecido e desconhecido
dentro de mim e tão, tão sumido
Mas que desencontro doloroso e cruel
que me embala e me embala em fel
perdida na distância de ser a outra
Que se busca e se perde como acorda
Sillêncio cálido na esperança ambígua e fiel
de me encontrar no meu terno ser e mel
Mas não, mais uma luta sem tréguas
coragem e muita persistência
E me julgo assim perdida
Nesta coragem que me mantém decidida
num posto de liberdade e permanência
Num desejo de ser e estar em eloquência
Desdobro os meus medos em silêncios de acordar
Não pereço ou esmoreço em me preparar
na tentativa de me entender em poética
Mas se toda a base da hermenêutica
me busca através dos sentidos das letras e seu soletrar
Retorno ao meu desentendimento sem me buscar!
Rosamar Freedom