Quantas e quantas vezes,
se tenta explicar uma estrofe
Até eu que apenas me move
um modo de expressão para me entenderes
Escrevo versos no sense
E até após tudo depurado
encontro uma prova de razão
Para o que expressou o meu coração.
Um modo de calar o silêncio da solidão,
um método contrário ao do sofrimento
Ou mais um verso no sense.
Gostava de sentir sempre a vida
Dos segundos aos seus milésimos
Num eco desesperado já decidida
Tento até aos derradeiros momentos,
E sem o saber sinto-a num verso no sense
Nessa simplicidade de cantar o amor,
Tudo se pode dizer para se entender
Numa vastidão expressa em se enternecer.
Não é fácil, é instantâneo e inspirador!
Terá também expressão em versos no sense?
Qualidade pura, linhagem confusa...
Ou desabafo histérico que se desentende!
Calamidade da alma que mente o que sente,,,
Iluminação tão diferente que se encobre tão difusa,
ou lá vem mais um verso no sense.
Alma que te despojas do que recusas e te mostras
Temes a integridade desse teu pacto
Que te enleia e te prende sem rasto
Nesse labirinto tortuoso em que te encontras,
quando escrevinhas um verso no sense!
Mas tu te entendes tão bem!
Sem te fazeres entender.
Desnudas todas as palavras aqui e aquém...
Até anunciares o fim em que vais perecer,
ou serão apenas mais uns versos no sense!
Não te repetes, és código original.
Rejeitas-te e enjeitas-te num frenesim!
respiras cadência de arte divinal
Inscreves-te no princípio paradoxal!
Ou explicas-te como verso no sense.
Liberdade que te guia na deriva.
Empenhamento sério em sinceridade
Procura o aconchego da sua verdade.
Que aprende quando desmente ou mente?
Ou é apenas só mais um verso no sense!
Nessa grande e esfuziante caminhada,
em que muda de estado físico
numa fulgurante fidelidade sacralizada
enfeita-se de fealdade num ideal mítico
Ou será apenas mais um verso no sense.
No sense versos. mostrem-me o incompleto!
Expliquem-me as más e as boas projecções
Desencadeiem-se em mistério perpétuo
Ou personifiquem-se em anjo libertador de prisões
E culminem num ponto alto de um dilema imerso.
Nos meandros da hermenêutica das palavras
Quebre-se-lhes o sentido tão devido
Enleando-as pelos caminhos perdidos
De tantos mistérios de tristezas caladas,
são os missionários confusos dos versos no sense!
Rosamar Freedom