Nunca te encontrei e quis
No esquecimento e no medo
No deserto e seus sinais
No pensamento que era cedo
Nos meus dias quase finais
Nos meus passos e no meu tropeço
Na direcção e no inverso
No sonho da minha coragem
No dia feliz ou submerso
Nas asas da minha viagem
No calor da paixão e do verso
No encontro com a tua miragem
No longe que se faz perto
Nos ideais , na utopia
No grito do incerto
Na esperança que se perdia
Na destruição do excerto
No exótico de uma cotovia
Na inspiração que emergia
No silêncio que divagava
Nos devaneios do meu dia
Nas cinzas que eu não apagava
No claro que eu sonhava e queria
No sonho que em real se transformava
No desencontro que imergia
Te julguei tocar finalmente
Minha liberdade que se fez dia
Nessa luz quase intermitente
Nessa quase verdade que se desprendia
Te decidi amar para sempre!
Te imaginei no cativeiro mais longo
Na tarde mais sombria e triste
Na solidão maior do meu sono
De tudo o que luta e não desiste
No mais apaixonado encontro
Na tarde mais bela que persiste!
No dom da beleza e sinceridade
No movimento que se torna humano
Na hora da mais terna verdade
Num clamor de todo o ano
No trono das mil divindades
Num desejo de ser livre que acalento e amo!
No entardecer que teima em cair
No caminho com teu sentido
Na alma das coisas e seu fluir
Na arte do gesto adormecido
No nascer do sol sempre a sorrir
Na luz franca do artista empobrecido
No poema que comove o choro
Nas linhas geométricas e belas
Na escrita da paixão em fogo
Na candura do brilho das estrelas
De mil maneiras te procuro e rogo
óh Liberdade à espreita entre mil sentinelas!
Rosamar Freedom