Sempre me tocou cá dentro fundo esta frase, a cidade dos poetas, escritores e artistas  é assim, e a sua descrição obrigava-me a ver a cidade com uns outros olhos . A surpresa de olhar tudo de novo sempre de uma maneira que me surpreendia e me ensinava muito do tanto que eu não sabia.

      O corre corre, a poluição, a confusão, a luta contra o tempo que nos matava todos os dias com stress e a agonia da rotina que se repetia cruelmente todos os dias sem dó nem piedade. Era mais ou menos isto e o comercio que me falava sobre a cidade e uma grande sensação de desigualdade social.

     Mas eis que me chegavam aquelas imagens mentais completamente novas e elucidativas por serem cheias de verdade.

     Era como chegar ao fim do túnel escuro e frio e ver o muro com a luz da manhã cheio de motivos pintados cheios de criatividade, beleza e inspiração.     

      Não me evadi da realidade, apenas quero conhecer o avesso da realidade e poder lá ir sempre que eu quiser.  

     Há mais de mil formas de inspiração, nem muitas folhas de papel chegariam para as enumerar;  o amor, quando se ama alguém, seja quem fõr, sentimo-nos cheios de etusiasmo e de vontade de vicer, as horas passam sempre cheias de 60 minutos vividos intensamente sem nunca perdermos a vontade de sermos  criativos. 

     A paixão, seja por alguém ou por alguma coisa, poesia, literatura , teatro, música, arte, desporto,profissão. O primeiro abrir dos olhos é cheio de força e apressado para deitarmos mãos à obra, ou seja ,fazer aquilo que nos apaixona e nos dá um grande prazer. 

     Eu para viver cada dia com alegria tenho de me sentir inspirada, e tudo pode ser imagem de inspiração, o chilrear do passarinho a cantar melodias de Verão, a última lágrima de orvalho na manhã que se abre em esplendor solarengo,  que cai da folha porque um dia quente  se anuncia no Verão quase tardio .   

     As sombras depositadas na terra da cidade que  inicia o seu costumeiro barulho matutino que se perlonga até ao fim da tarde.

    Segui os teus passos sem tréguas

     Alimentei-te de vida e amor

     entendi-te e desafiei-te sem temor

     Aguardei-te a mil e uma léguas

    Recebi-te com impanciência e candor

    Reconheci-te e abracei-te com fervor

    recriei-te e contigo cresci

    abracei-t e de ti não  mais me perdi!

     Quando penso nesta palavra sacramentada, Deus, tão amada e também tantas vezes um espelho de desilusão e decepção.  Tanto que a complicamos, tanto quanto a engrandecemos.

Se aprendesse a simplificá-la chegaria ao seu significado primeiro que está na simples e inata qualidade do ser humano.

     Passo a explicar;  a conduta de cada um é da sua intrínseca vontade, não é nem pode ser confundida com um mero jogo de interesses obscuros ou claros.  Deus como palavra transparente de amor e fraternidade em alma de pura verdade é o sentimento mais simples e mais puro que pode existir. É essa simplicidade que existe dentro do interior de todos os seres humanos que pode ajudar a explicar a palavra Deus.

     Quando escrevo uma poesia vinda sempre da inspiração da minha alma sinto-me perto de Deus, pois  sinto  que as palavras que transponho para o papel me igualam à simplicidade de Deus.  Tudo o que escrevi em poesia fez-me entender um pouco mais o que significava a palavra de Deus.

      Sempre me senti num propósito quase divino, não de julgamento, mas de um grande sentido de justiça e de rectificação do real. Acreditei em todos os momentos que a mudança no devir seria sempre e sempre possível e nunca seria uma imensa utopia perdida.    

       Confesso que nunca deixei de acreditar, senão nunca teria escrito uma palavra, quer de prosa  quer de poesia, foi. Isso, esse sentimento muito forte de esperança é que me fez e me  faz estar perto da palavra de Deus.